domingo, 13 de novembro de 2016

A lei da saudade.

Eu não poderia ir dormir sem escrever o que está em meu coração nesse momento. Mesmo tentando me convencer de que poderia fazer isso amanhã ou outro dia - ou nunca - eu simplesmente não dormiria em paz sem antes soltar aquilo que está prendendo meu sono. E mesmo digitando do celular porque o notebook resolveu não cooperar comigo hoje, espero que você que já passou por isso se sinta confortado e se identifique com cada palavra que será lida.

A lei da saudade deveria ser: plantar saudade e colher presença. É tão lógico e tão simples de entender, não?. Na teoria sim, mas na prática sabemos que não é bem assim. Quando estamos com saudade de alguém, nós cultivamos isso dentro de nós e a cada dia que passa, o aumento da ausência é proporcional ao tamanho da saudade - extremamente matemático e calculista, eu sei - e cada segundo, minuto, horas e dias ela vai crescendo de tal forma que quando achamos que não dá mais pra caber no peito, eis que
ela arruma um espacinho e faz morada ali. E não minha velha amiga saudade, eu não te odeio, (embora você esteja no topo da minha lista de piores sentimentos para sentir) até porque eu sei que quando você aparece significa que valeu a pena o que foi feito e depois vem sua parte boa: o final. Sim, a melhor parte da saudade é aquela em que a matamos e com um golpe só, nos afogamos naquele abraço de quem tanto cultivamos por tanto tempo esse sentimento sufocador e libertador ao mesmo tempo. Ter a presença de alguém depois de tanto plantio e depois daquela estação que parecia que não ia acabar nunca é extremamente reconfortante e nos faz esquecer toda a dor da espera porque o fim justifica todo o começo e meio. Mas e quando sabemos que no final a presença não virá? Que apenas haverá a parte de plantar porém, a colheita não poderá ser realizada?. É exatamente esse sentimento que estou sentindo. Algumas pessoas deveriam ser eternas para que aquele abraço jamais morra com elas. Se você já perdeu alguém que ama muito, sabe do que estou falando e não, a minha intenção não é te fazer lembrar e ficar triste com a perda - não seria tão mórbida assim - eu quero que juntos, venhamos refletir realmente a essência do que sentimos quando isso acontece.

Talvez precisamos mudar nossa maneira de olhar a vida. Nunca é tarde para isso. Ainda estamos vivos e sabe? Temos tão pouco tempo.

Quando vemos alguém que amamos partir e sem estarmos preparados é arrancado de nós sem nenhum aviso prévio, começamos entender o quão vulneráveis nós somos e quão egocêntricos nos tornamos pois, somente depois, começamos valorizar o que foi perdido e ai meu amigo, é tarde demais. Não deixe um abraço para depois se você tem a oportunidade de dá-lo hoje. Não deixe para amanhã uma ligação só para perguntar se está tudo bem porque amanhã a pessoa pode não está mais lá para atender sua chamada. Não deixe de dizer "Eu te amo" hoje para quem você deseja porque amanhã, talvez você não seja ouvido. Não deixe absolutamente NADA para demonstrar em outra oportunidade porque talvez essa seja a sua última e você não terá mais uma chance como essa.

Por fim, querida saudade, de todos os males que você me traz, você me trouxe algo bom: a necessidade de lembrar de todos os bons momentos vividos com quem já se foi e que não poderei chegar á sua última fase. Você faz parte de mim e no dia em que você não estiver mais presente, aqui eu não estarei mais.

Obrigada por me fazer lembrar que o que eu puder fazer hoje por alguém, eu não deixarei para amanhã.

XX.

Nenhum comentário:

Postar um comentário