domingo, 22 de novembro de 2015

O silêncio que fala.





A madrugada deveria ser feita pra dormir. E você pode estar se perguntando "e não foi?" Pois é, para mim e outras pessoas não. Não sei se é culpa o silêncio acolhedor e intenso, do reflexo da claridade da lua na janela, do vento (ou a falta dele) balançando as cortinas em uma sintonia mútua ou a companhia das estrelas ao dar uma bisbilhotada e pensar um pouco sobre o universo. Pensar. A calmaria do quarto e as boas-vindas ao mundo maravilhoso de planos planejados, inalcançáveis talvez e desesperadores que sufocam e caminham de mãos dadas com os sonhos, doces sonhos acordados, alarmantes com a ideia e não serem realizados. O silêncio. Se difunde e acaba desaparecendo com o turbilhão de sentimentos que gritam na noite longa que se estende. Talvez a madrugada não seja tão silenciosa assim, talvez não deixamos. Tudo que é vazio tende a ser preenchido, ela não escapa dessa. É uma rotina incansável, de poucas variações e dependentes do humor. Deitar, pensar, sonhar. Levantar. Uma vez levantado, pra que voltar ao que estava?. É ler, procurar algum filme com alguma finalidade mas saber que no final não passou de uma distração e que seus pensamentos não se desligaram com a história comovente. É procurar algo pra comer e as vezes nem estar com fome mas a vontade de fazer algo aparentemente útil e normal é maior. É não ter ninguém pra conversar sobre assuntos que não temos coragem de falar durante o dia pois, na correria do dia-a-dia deixamos muitas coisas passarem. É fazer roteiro de viagens, lugares que gostaríamos de conhecer e passeios que são desejáveis a anos. É ler outra coisa prometendo que irá terminar antes de começar outra leitura e fracassar. É ser inspirado ouvindo músicas e até pegar uma caneta e começar montar a sua própria mas sabe que nunca será gravada ou cantada por alguém além de você. É tentar dormir novamente, fracassando e se rendendo á uma velha amiga que chega de braços abertos ao nosso encontro conhecida como insônia e nos faz pensar porque não tomamos aquele remédio natural para não termos esse encontro casual. É abrir o computador, escrever como se mais alguém se importasse e fosse se identificar com alguma coisa tão peculiar e singular jorrada em algum lugar. É voltar ao silêncio novamente, se convencendo de que no próximo dia será diferente e não cairá nas intimidações da calmaria da noite. E fracassar novamente. Mas quando acordar, se convencer de que embora ela seja solitária e serena, é uma companheira muito eficiente para abrir as portas da inspiração e quem sabe, com sorte, fazer ter valido a pena a noite toda acordado.

Have a sweets dreams,

XX